sexta-feira, 18 de março de 2022

Matrix Resurrections: os erros e acertos de uma sequência necessária

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Acabei de assistir a tão esperada sequência da saga Matrix: Matrix Resurrections de Lana Wachowski; E é nesse calor do momento que faço minha análise e considerações sobre o filme que esperei quase 20 anos para ver (com spoilers).


Considerações gerais sobre Matrix Ressurections

O filme apresenta algumas coisas muito legais, e outras nem tanto. 

Para quem esperava uma nova revolução cinematográfica como aconteceu no primeiro filme da saga com certeza teve motivo para se decepcionar. Não houve nenhuma inovação tecnológica ou estética gritante. 

O ritmo, motagem e enredo não tiveram muitos momentos geniais.


Considerando no geral o filme acaba tendo muitos elementos comums ao cinema de hoje, e os espectadores que se impressionaram tanto em 1999 já não se impressionariam facilmente depois de quase 15 anos de filmes Marvel nas telonas.

 Mas existem coisas boas em Resurrections e essas boas são na realidade excelentes.

Começo promissor de Matrix Resurrections com metalinguagem e autocrítica 


A maioria dessas coisas exelentes estão nos primeiros 35 minutos do filme.

Nesse começo os roteiristas do filme (Lana Wachowski, David Mitchell, Aleksandar Hemon) trabalham com metalinguagem e a possisbilidade de insanidade total do nosso querido herói Thomas Anderson.


Achei simplesmente genial, para mim o filme poderia ser todo nessa pegada, além de apressentar uma abordagem nova em uma sequência, foi a crítica do filme dentro do próprio filme. 

Talvez essa fosse a ideia inicial para o filme, mas a Warner não iria deixar não é?

E o Mundo do futuro de Resurrections?


Depois do inicio diferentão o filme parte para uma estrutura mais comum de filme de ação. acontece então o resgate de Neo e sua volta ao mundo real.

Na cidade Io (Aeon?), a General Nioby conta ao herói todos os acontecimentos desde que esteve desaparecido. 

Achei entre todas as coisas as justificativa para levar a trama adiante, conflitos entre as máquinas  por energia, fraco. Achei tudo meio jogado nessa parte do roteiro. 

Falando em coisa jogada, o plano final para resgatar Trinity, meio Onze Homems e um segredo, é outro dos pontos baixos do roteiro, recurso bastante batido. Mas como é dito no início "sequência é mais do mesmo".

Entre as coisas boas nesse novo mundo futurista de Matrix, a parte do roteiro que diz que a invasão de Neo a cidade das máquinas em Revolutions também  afetou as maquinas individualmente, fazendo com que algumas se libertassem.

A parte que me incomodou nessa novas máquinas aliadas foi o designe, os robôs pareciam Digimons. Achei muito ruim. será que vender bonecos estava nos planos?

Cenas de Ação não alcançaram as inovações do primeiro Matrix 


As cenas de ação e lutas não  acertaram a mão,  achei repetitivas com tiros, explosões e câmeras  lentas pouco inspiradas. Achei batido demais.

E ainda gostaria de salientar 2 pontos que me deixaram bem chateado: 

O novo bullet time: que na minha opinião  o filme fez piada consigo mesmo, já que quando se falava em continuação de Matrix o que a maioria falava sempre era "qual será o novo Bullet time?", coisa que é explorada no brainstorm da equipe na primeira meia hora do filme, no entanto a "câmera lenta geral" usada no filme não tem nada de nova, aquele efeito com apenas um personagem se movendo de maneira normal enquanto o resto está  paralizado, estilo Mercúrio em X-Men, e que foi mal executado aqui, já foi feito com mais qualidade em videoclipes.


Poderes de mudança de realidade:
onde foi parar o poder de Neo para mudar toda a Matrix? foi resumido em um mero campo de força? além de pouco inspirado, ficou chato por ser repetido a todo momento.

Atores e personagem novos de Resurrections


Agente Smith foi perdido totalmente no filme
, um personagem tão  bom não  poderia ter sido desperdiçado como foi. Além da perda do personagem, o novo Smith (Jonathan 
Groff de Mind Hunter) não conseguiu convencer.

O novo Morpheus funcionou, embora não se saiba o motivo de Laurence Fishburn ter sido limado da continuação, o ator Yahia-Abdul Mateen II ficou a altura do original.

O Barney na Matrix?  Fiquei dividido. O personagem de Neil Patrick é interessante, mas por vezes ele era muito Barney. Isso pode ter sido um problema.

Matrix Resurrections retoma narrativa combativa do original 


Pode ser um detalhe mas o título deste post é "
Os erros e acertos de uma continuação necessária" mas porque ela era necessária? 

Para conseguir retomar o sentimento do Matrix Original.  

Simples assim. 

Olhando de uma maneira mais ampla, ressurections (assim como o filme original) faz uma critica a sociedade em que vivemos, fora a primeira meia hora que é uma critica a própria indústria do entretenimento, ao longo do filme temos pequenos ou grandes diálogos que apontam nessa direção: o capitão falando para o Neo "naquela época era mais simples, as pessoas queriam ser salvas hoje parece que desistiram" é uma clara referência para a retomada do conservadorismo na sociedade e na politica, em comparação com a época do lançamento de Matrix original, os finais dos anos 90 onde a sociedade parecia caminhar na direção progressista de maneira irremediável.


Para relembrar na cena final do primeiro filme Neo avisa para as máquinas "vou mostrar para as pessoas o que é possivel" em uma declaração de guerra antes de alçar vôo.

Esse sentimento de revolução e luta para mudar o mundo foi perdido no encerramento da trilogia em Revolutions onde Neo acaba fazendo um acordo com as máquinas pela paz. 

Um final que tornava tudo em vão.


Em Resurrections, no diálogo final entre o Analista, Trinity e Neo enquanto a máquina espera um novo acordo por parte dos humanos, Neo e Trinity reafirmam a declaração de guerra do primeiro filme "vamos mostrar o que mentes livres são  capazes, vamos pintar o céu de arco-íris".

Uma declaração não só para o filme mas também para a sociedade atual que parece regredir para o início dos anos 90 em seu conservadorismo e ideias ultrapassadas que se negam a ir embora.


E essa afirmação final de "não vai haver acordos" arrumou algo que me incomodava muito no final da trilogia original.

Foi uma retomada de discurso e de posição do filme original, posição que parecia perdida devido a conclusão inexpressiva de Revolutions. Por isso "uma sequência necessária".

Se somente isso justifica esse Revolutions como filme? Talvez não. Mas para o legado de Matrix, que está no subconsciente de todos e imortalizado na cultura pop, talvez baste.

Embora seja um filme cheio de defeitos, Matrix Resurrections tem suas qualidades e fico pensando em quanto da má recepção do filme se deve a ele mesmo e quanto se deve aos fãs machistas que não aguentaram ver Trinity ser elevada a uma posição de igualdade a de Neo e que a verdadeira força vem do amor entre os dois.  


Nessa hora nerd Incel, vai chorar na cama que é mais quentinho.

Resurrections tem um final que me satisfaz

No final de Revolutions, fazer acordo com as máquinas era como fazer acordo com senhores de escravos ou nazistas. E foi isso que aconteceu.

Nunca tinha me convencido, achava um final covarde. Não se faz acordo com inimigos desse tipo. 

Em Resurrections é o bom e velho final "gasolina neles!!!" Esse final, para mim, foi libertador, catártico.    

Agora só falta refazerem o final de Lost que já estou satisfeito :-)



Um comentário:

  1. Assisti outro filme então, NADA disso que citou tem no filme, é uma porcaria arrastada, com efeitos de fundo de quintal, história ridícula, atuações forçadas onde da vontade de vomitar uams 3 vezes pelko menos, pior filme dos ultimos tempos um absurdo o que fizeram com matrix, uma total falta de respeito comos os fãs, tanto que é o favorito para o framboesa de ouro o que vai definir bem esse filme imbecil...

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