Buscando sombras as vezes encontramos luzes pelas ruas e cidades. Nesse ensaio fotográfico a lente buscava sombras em contraste com algo luminoso, às vezes no imaginário.
"...todo o mundo, ao falar de fotografia,
dela fala como de uma outra pintura...
Estamos ainda na querela deformada da
imitação ou não da natureza, que faz ou
não faz com que a fotografia seja uma
arte, como a pintura, ou, bem ao contrá-
rio, de forma alguma como a pintura etc.
Quando é necessário ir meter o nariz, ver
de niais perto, no momento en que a ação
ocorre, e não no produto dessa ação, ou
então rum híbrido ambiguo de ambos,
num múltiplo extraviado de ambos, reve-
lador louco que banha o vento que passa...
num vasto negócio de enfoque e enqua-.
dramento (um "depósito de saber & de
técnica"), no pavor do momento inelutá-
vel, quando o indicador recurvado e rijo
vai se apoiar no disparador ou lançar ao
mesmo tempo um relâmpago eletrônico
(um "depósito de saber & de técnica"), na
brutalidade do golpe de polegar que faz
um filme progredir de uma foto a outra, o
que é bem sentido pelos músculos da fa-
lange... no que pesa cutre duas mãos,
mantido na altura do olho ou na barriga,
ou com os braços esticados; depósito de
saber & de técnica, tiro cruzado... caso
necessário de tempo e de morte, matéria-
prima mais precisa do que qualquer
teoria jamais o foi... A questão decerto
não é mais "qual a questão que nos é
colocada por umu foto?", nem "o que um
filósofo pode fazer com una foto?".
antes “com o que uma fotografia pode ter
algo a ver desde o momento em que se a
faz?"
-Denis Roche, fotógrafo francês-
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