A mini-série de 2000, roteirizada por Paul Jenkins e desenhada por Jae Lee, onde nos apresentam Sentry, o primeiro super herói da Marvel (ou não).
Essa dupla, que já tinha se consagrado com a mini-série dos Inumanos, vieram confirmar que era afinada mesmo.Trabalhando juntos a ideia originalmente oferecida para a Vertigo quando Jenkins era roteirista de Hellblazer e depois para a Marvel, quando este fazia freelances para a editora e levou 10 anos para ver a luz do dia e sair da gaveta.
Só não é mais reverenciada porque não é da Vertigo, nem tem o nome do Alan Moore na capa, porque se não, ia ter muita gente berrando que é um clássico.
Narrativa detetivesca e arte de cair o c#
A narrativa de Jenkins percorre muitas nuances e ao longo da HQ, somos tomados, assim como o protagonista, por uma sensação de que algo no mundo está errado, e seguimos com ele em busca da verdade.
Paul Jenkins faz questão de deixar o leitor saber tanto quanto o personagem por algum tempo, de modo que viramos parceiros do herói na investigação e também seu confidente.
Não bastasse essa levada, o argumento como um todo, é bom demais assim como a arte de Jae Lee, que usa e abusa das múltiplas técnicas de desenho que domina, nos flashbacks percorre vários estilos que remetem a era de ouro e era de prata, com variações, desde o cartoon até o realismo. Em parceria com ele, nas cores, está o ótimo José Villarubia, com cores lindas em uma técnica de aquarela (mas não tenho certeza, alguém sabe me dizer?).
Participações especiais
Sentry, como o mais antigo e importante herói do universo Marvel, não só conhece, mas muitas vezes guiou, e se tornou amigo dos maiores ícones do universo da editora. Vemos o Quarteto Fantástico, Hulk, Vingadores e o Homem-Aranha, aparecerem na história, muitas vezes encarnando suas primeiras versões, inclusive o Hulk meio Frankenstein.
Herói esquecido
Em muitos momentos, durante a aventura, a história leva à acontecimentos editoriaise outros detalhes que o leitor mais antigo ou atento vai perceber, como se o Sentinela mesmo fala-se: "tem algo estranho aqui", e mesmo fora dela, como por exemplo a entrevista com Stan Lee, que saiu nas originais e aqui no Brasil nas edições da Abril, atestando que Sentry era um personagem antigo da editora, que havia sido esquecido, e isto foi uma estratégia de marketing sem igual até hoje, envolvendo os criadores, o editor Joe Quesada a revista Wizard e até mesmo Stan Lee, que forjaram, que Sentry era mesmo um dos primeiros heróis criados na década de 60 por Lee e outro desenhista (também fictício).
Não dá pra ignorar, a clara referência messiânica estilo Superman em Sentry, e como era de se esperar da Marvel, se ela tivesse que ter um Super-Homem, ele seria mais humano e cheio de falhas que o dá concorrente, traço comum aos seus primeiros personagens da década de 60.
Uma HQ que Prende o leitor
Sentry é um daqueles gibis que fazem você lembrar o por quê gosta tanto da 9° arte. Essa mini-serie é mais do que recomendada, é obrigatória para quem gosta de HQs.
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