quinta-feira, 21 de abril de 2022

Tomorrowland e a Cultura da Fake News e do medo

Post de 2015 atualizado e repostado

Hoje em dia é impressionante o número de notícias sobre acontecimentos ruins na televisão e internet. bom desde que eu me lembro sempre foi assim, uma verdadeira apologia a cultura do medo.

Fake News, assaltos, roubos, estupro, pai mata filho, filho mata pai, mortes no transito, desastres naturais, corrupção na política, mais corrupção, mais um pouco de crise econômica (é impressão minha ou sempre estamos em crise?)

Estou falando nesse assunto porque a poucos dias vi o filme de Brad Bird  com George Cloney e Britt Robertson: Tomorrowland,  o filme de maneira geral é bom sendo que o início até o meio ele promete muito mais do que entrega no fim (o que é realmente uma pena).

Tomorrow Land é um filme fora do eixo comum da Disney 


Mas o ponto que eu gostaria de tratar, e que desencadeou alguns pensamentos  é o fato que o vilão do filme (Hugh Laurie, o Dr. House) usa um tipo de transmissor para passar notícias ruins para o resto da humanidade,  causando assim uma reação em cadeia de negatividade sobre o mundo de tal maneira que a tendência das coisas é só piorar, levando assim, ao inevitável fim do mundo (qual os heróis, claro, terão de impedir).

Agora  que nessa hora é impossível não fazer um paralelo com a nossa realidade no dia a dia, principalmente esses jornais televisivos e pseudo-jornais televisivos e de canais informativos do Youtube recheados de Fake News (sim Datena, e youtubers racistas machistas e homofobicos e de extrema-direita estou falando de vocês), que talvez (ou melhor certamente) fazem esse tipo de coisa , mas aí podemos perguntar: porque os jornais e as grandes mídias, canais com interesses econômicos e políticos se interessariam em criar uma cultura de medo e pessimismo baseados muitas vezes em mentiras descaradas?

Tomorrowland faz pensar, mas temos que descer mais fundo na toca do coelho

Inúmeras pesquisas psicológicas e neurológicas indicam que quando maior o nível de medo, mais suscetível  a pessoa fica.

Vamos ao exemplo: você está vendo o jornal da Bobo (algum vídeo do instagram, YouTube ou um pronunciamento do presidente Bolsonaro soltando outra fake news) e, uma atrás da outra, você é bombardeado, com todo tipo de notícia desesperadora, fica em um estado de pessimismo e terror,  você talvez nem perceba,  pois já se acostumou com tal sentimento, em seguida vem o que? propaganda comercial, de um novo carro, por exemplo, nessa propaganda tudo é perfeito a cidade sem trânsito, o carro passa por cenários paradisíacos, para então chegar a uma bela casa segura sem muros ou grades, um verdadeiro mundo de sonho , não esse que você vive (ou esse que o jornal mostra que você vive). 

"Sim!! talvez se eu comprar um carro novo (ou aceitar mentiras políticas ou ideias radicais) minha vida melhore".

Basicamente é isso que acontece com essa porra de cultura do medo, alimentada diariamente, para que o consumista que vive em nós continue forte, e eles continuem lucrando muito (economicamente e politicamente).

Um documentário muito  bom  sobre esse assunto é do diretor  Michael Morre: Fahrenheit 9/11, ganhador do Oscar, que mostra como toda uma cultura de medo criada de maneira falsa, e suas consequências em uma sociedade.

 A melhor parte é quando  ele vai vistar a cidade vizinha que fica no Canadá, a poucos quilômetros da fronteira e se dá conta que ali ninguém sequer tranca as portas de casa e mostra algumas razões para isso acontecer.

Uma delas é o tipo de notícias vinculadas nos jornais locais, com menos notícias voltadas sobre a violência e mais notícias de interesses gerais.

Em meio a tudo isso lembro de um poema de Eduardo Galeano:

O Medo Global

"Os que trabalham têm medo de perder o trabalho. Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho.Quem não tem medo da fome, tem medo da comida.Os motoristas têm medo de caminhar e os pedestres têm medo de ser atropelados.Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.É o tempo do medo.Medo da mulher da violência do homem e medo do homem da mulher sem medo.Medo dos ladrões, medo da polícia. Medo da porta sem fechaduras, do tempo sem relógios, da criança sem televisão, medo da noite sem comprimidos para dormir e medo do dia sem comprimidos para despertar.Medo da multidão, medo da solidão, medo do que foi e do que pode ser, medo de morrer, medo de viver."



Ps: Procurem sempre alguns filmes que sejam mais do que mero entretenimento, e mesmo naqueles que parecem ser, como Tomorrowland, fiquem de olho e mente aberta pois neles podem conter coisas mais profundas para se pensar do que você poderia acreditar.

3 comentários:

  1. É por isso e por outras que eu me curei da tv aberta, se eu quiser ver coisa ruim, eu mesmo procuro, a midia não me coloca garganta abaixo .

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pior Xaba, mas tbm tem coisa pra caralho de cultura do medo na web, estes posts do FaceBook por exemplo.

      Excluir
  2. observo muito a difusão da cultura do medo por meio das noticias vindo da esquerda. desesperados e financiados por grandes corporações. publicam diariamente uma suposta ditadura, fim da liberdade, enquanto deixam passar discursos de censura vinda de seu candidato ladrão. e a realidade é outra. como aquele disco do lobotomia nada é o que parece

    ResponderExcluir